sábado, 3 de dezembro de 2011

Custo do depósito de lixo tóxico na Somália

Tema: Pirataria na costa da África e discriminação étnica

Por: Diogo Joaquim dos Santos

                 Segundo Vladislav Marjanovic, contribuinte no Radio Afrika International, "o que fazer quando o depósito de resíduos tóxicos custa 250 dólares por tonelada na Europa, e apenas 2,5 dólares na África? É o que se conclui do relatório do PNUE. A AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) não publica quaisquer dados relativos à quantidade de dejetos produzidos nas 430 centrais energéticas em atividade. É compreensível: o capital privado, que exerce controle sobre as organizações internacionais, dita as leis. E entre essas leias, a lei do silêncio".
                 Isso faz parte de um estudo completo atual sobre assuntos relacionados à Somália por Marjanovic. Estão sendo desenvolvidos alguns estudos acerca da participação e influência da máfia italiana, do governo chinês e das máfias locais somalis nos acordos de depósito de lixo tóxico em terras da Somália. Outros apontam para a desenfreada exploração ilegal em pescas internacionais por parte dos países desenvolvidos, em especial no Chifre Africano. Na grande maioria deles, o resultado esperado está se convergindo para a questão da pirataria, o que fez com que fossem produzidos documentários muito bem alicerçados ideologicamente e materialmente. Muitos defendem, sob esse aspecto, com a seguinte expressão: "ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão". Porém, o fato que devemos discutir é de que esse panorama tenha um custo social tão alto como a fome, lugar-comum como maior problema na Somália, ou como a ampliada mobilização de marinhas de guerra sobre os somalis, em rumos contrários aos preceitos defendidos pela ONU.
                 Não se trata de tomar um dos lados da questão ou um dos ideais. Afinal, o cosmopolitismo, nesse tema, é comprovadamente impraticável. Se trata de uma questão de justiça social, econômica, qual carece de coerência por parte dos governos que tomaram à frente o projeto antipirataria, no modo mais inescrupuloso de resolução do problema. Esse projeto consciente de matança e espoliação da riqueza está impune há décadas, por quanto tempo mais o outro lado será punido?

Referências

FACINA, Adriana. De volta ao fardo do homem branco: o novo imperialismo e suas justificativas. 
culturalistas. In: Anais do IV Colóquio Marx e Engels, Unicamp, 2005.
GUEDES, Renato. Entrevista com Mahad Omar: “Não lhes chamamos piratas. Chamamos-lhes guarda costeira da Somália”. Revista Rubra nº 6. Portugal. Disponível em: www.revistarubra.orgAcesso em 15 de Novembro de 2011.
MARJANOVIC, Vladislav. África: deposito de lixo. Disponível em:http://www.tlaxcala.es/imp.asp?lg=po&reference=6303Acesso em 10 de Setembro de 2011.

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