Por: Diogo Joaquim dos Santos
A despeito da ideia de que a solução para a pirataria na Somália se dará pela estruturação de um aparelho estatal forte, devido à suposta anarquia em que a vida política do país se coloca, as soluções para a pirataria se encontram em outra perspectiva.
Pensar a África, em especial a parte 'negra', como incapaz de se auto-organizar, tornou-se um equívoco consolidado, e em grande parte dos casos podemos dizer racista, demonstrado desde os capítulos de TinTim quando vai à África, que pressupunham a superioridade ocidental européia em relação ao continente africano por conta do progresso científico escasso.
O professor Günther Maihold, da Freie Universitat Berlin, estipula que o governo da indonésia conseguiu diminuir os casos de pirataria a partir do reforço da marinha nacional, mas isso apenas coloca a pirataria como resolvida num primeiro plano, pela coerção. O que acontece na Somália resulta das condições objetivas materiais de vida da população, engendradas na dominação econômica por parte dos países desenvolvidos à partir do uso do mar, com navios que praticam a pesca ilegal. Não raro são as missões de resposta à prática da pirataria, essa decorre da exploração e do contexto histórico da colonização do país.
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