Exploração mineral marítima: quem está à frente, quem está atrás e a situação brasileira
Por: Victor de Souza Goes
Na nova disputa por recursos naturais no mar, assim como em todas as outras, existem países muito mais avançados em relação a outros. Como visto anteriormente, a China caminha para a preponderância nessa área em relação a praticamente todo o resto do planeta, tanto no âmbito da exploração como no âmbito do comércio. Entretanto, o Estado sino não é o único o qual investe em recursos para o desenvolvimento de tecnologias de extração mineral em territórios marítimos. A partir disso, pode-se questionar: quais são os outros países envolvidos na nova “corrida do ouro”? E como se encontra o Brasil em relação a essas disputas?
Percebe-se que, além da China, países como Estados Unidos, Rússia, França, Japão e Índia possuem um investimento relevante no que diz respeito à exploração marítima. O Estado norte-americano, juntamente com o Estado russo, possuem um histórico de pesquisa científica nessa área o qual tem suas origens na época da Guerra Fria, quando as duas superpotências disputavam, entre outros aspectos, a preponderância militar mundial. Entretanto, com o fim da disputa entre os dois países, na década de noventa, a tecnologia usada em território marítimo se voltou para a pesquisa de recursos minerais. Adicionado ao fim da Guerra Fria, tem-se o fato da recuperação econômica europeia, o qual foi responsável pela intensificação das pesquisas voltadas para a extração de minérios no mar por parte de países como França e Alemanha. Enquanto isso se percebe que, na Ásia, o Japão se transforma, depois de sua recuperação do desastre da Segunda Guerra Mundial, em um polo tecnológico de altíssima importância, mostrando sua presença nas pesquisas internacionais sobre recursos minerais em territórios marítimos. Por fim, emergentes como a Índia, assim como a própria China, tem um histórico mais recente nessa disputa, entretanto já se colocam como importantes Estados participantes. Abaixo, encontra-se um gráfico, publicado pelo jornal The New York Times, que mostra como tem sido a disputa pela exploração das águas marítimas ao longo das últimas décadas:
E como anda o Brasil dentro dessa disputa internacional? Apesar de contar com as pesquisas no Pré-sal, o país sulamericano caminha a passos menores comparado aos que foram anteriomente mencionados. Isso se deve ao fato de as pesquisas brasileiras ainda serem muito dependentes da Petrobras e da Marinha. Dessa forma, existe uma carência de meios de transporte flutuantes para a exploração de águas marítimas profundas. Entretanto, existe um otimismo considerável entre os pesquisadores brasileiros. A costa do país é extremamente rica em recursos minerais e, pouco a pouco, mapeamentos cada vez mais detalhados da região são produzidos, através da parceria entre universidades, governo e empresas. Além disso, a Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceu o aumento de mais de 80% da plataforma continental brasileira, o que permite ao país realizar estudos e até mesmo a exploração dos recursos existentes na área delimitada. No mapa abaixo, publicado pelo periódico Unesp Ciência, na edição de julho do ano passado, consegue-se perceber a situação do Brasil no que diz respeito aos minerais descobertos e ao aumento da área de exploração concedido pelo organismo internacional:
Percebe-se, por fim, que há um potencial extremamente relevante do Brasil no quesito dos recursos minerais marítimos. Dessa forma, é recomendável que o país invista no desenvolvimento constante de tecnologia para a exploração dessas áreas, a fim de que possa se tornar mais competitivo neste âmbito em relação a outros Estados os quais estão se empenhando enormemente para ganhar cada vez mais destaque na busca por minérios do século XXI.
Referências:
<http://www.asiacomentada.com.br/2011/07/nova-frente-de-disputas-tecnologicas/#more-5423>. Acesso em: 07 Nov. 2011
“A era da mineração marinha”: in Unesp Ciência, julho de 2010
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