As novas disputas geopolíticas no mar: a corrida por recursos minerais
Por: Victor de Souza Goes
O mar, ao longo da história, sempre representou o meio pelo qual a humanidade fez as grandes descobertas continentais. Entretanto, nos dias atuais, a porção azul do planeta não pode ser mais meramente considerada como uma via para descobertas de novas terras, mas deve ser vista como um mundo submerso muito pouco conhecido, o qual possui recursos minerais importantíssimos para a manutenção do sistema econômico contemporâneo.
Por ser tão rico em minerais, desde calcário até locais onde a presença de ouro é certa, os territórios marítimos acabaram por se tornar um novo palco de disputas geopolíticas entre os países. China, Estados Unidos, alguns países da Europa e até o Brasil já estão penetrando nesse nicho de exploração, o qual possui grandes chances de se tornar um dos mais intensos no século em que vivemos.
A partir desse contexto, percebe-se que alguns países, como a China por exemplo, possuem uma quantidade de minérios marítimos em seu litoral (entre estes os chamados de terras raras, comentados na postagem introdutória sobre a mineração no mar) muito superior a outras regiões litorâneas do mundo. Dessa forma, a acirrada disputa geopolítica que já está sendo gerada envolve atitudes várias, exemplificadas pela tentativa de ampliação da plataforma continental por parte daquele país, entrando, como consequência, em conflitos com países vizinhos os quais também pretendem aumentar a sua área de influência sobre os territórios marítimos ao seu redor (como o Japão). Outra atitude diz respeito à busca chinesa do monopólio de certos minérios, como visto na ocorrência de outubro do ano passado, quando a Secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, em visita à China, pediu explicações a respeito da restrição das exportações dos minérios de terras raras chineses feita para o país anglo-saxônico, Europa e Japão.
O que pode ser compreendido é o fato de os países possuidores de grande quantidade de minerais terem em mãos mais ferramentas de barganha no cenário internacional vindouro. Como citado o exemplo da China, embora se tenha o discurso de que as exportações de tais minérios continuarão a ocorrer normalmente, o observado foi uma diminuição de 40% dessas exportações para o mundo em 2010, se comparadas ao ano de 2009. Obviamente, os governos, tanto o chinês como os de outros Estados os quais possuam um potencial nessa área da economia, utilizarão, em maior ou menor escala, políticas as quais sejam convenientes em relação aos chamados “interesses nacionais”.
Submarino chinês de nome Jiaolong, possuidor de alta tecnologia e que serve para fazer buscas de minérios no fundo do mar. (fonte: www.asiacomentada.com.br) |
Referências:
<http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/10/101028_hillary_china_terrasraras_cc.shtml>. Acesso em: 03 Out. 2011
<http://www.asiacomentada.com.br/tag/exploracoes-em-grandes-profundidades-maritimas/>. Acesso em: 03 Out. 2011
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