O lixo que pode ser bom - se bem fiscalizado e reutilizado
O comércio internacional de lixo pode trazer benefícios aos países destinatários - se o lixo puder ser reutilizado. Obviamente que, o "melhor lixo" não é o que as empresas e os governantes de países mais ricos e com maior desenvolvimento tecnológico tendem a exportar legal ou ilegalmente para os países destino, mas, para alguns, é mais fácil a utilização da obra-prima do que a reutilização. É nesse ponto que países como o Brasil podem ganhar com a exportação de lixo - legal e reciclável. O Brasil é um dos países que mais recicla no mundo, e se o que for exportado puder servir para o bem econômico do país e ao mesmo tempo evitar que o lixo seja inutilizado, essa movimentação de materiais é extremamente válida. O problema é que o "joio", dentre os carregamentos de lixo, acaba aparecendo muito mais que o "trigo".
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Brasil importou 350 mil toneladas de lixo; material contaminado fazia parte da carga
Escrito por O Globo - Qui, 20 de Outubro de 2011 20:37
A lista de produtos é grande, inclui aparas de papel, latinhas de cerveja e refrigerante, restos de PET, pregos usados e até pedaços de navios. Só em 2010, segundo a Secretaria de Comércio Exterior, foram importadas mais de 350 mil toneladas de resíduos. O que para alguns pode ser lixo, para outros é um insumo de muito valor. O uso desses materiais, em vários setores da indústria, representa uma boa economia de recursos naturais, de água e de energia.
O benefício é tanto que justifica até a importação deste “lixo” de países distantes como a Coréia e a Alemanha. A produção de alumínio, por exemplo, feita com base em material reciclado usa 5% da energia que seria necessária para produzi-lo a partir da bauxita. Para que esse mercado mundial de resíduos fosse reduzido, seria preciso ter um sistema de coleta seletiva maduro no país. E estamos apenas engatinhando. Só 15% das cidades têm algum programa desse tipo e poucos atingem todos os moradores.
Outro problema grave é como separar o lixo bom do ruim. Os contêineres que foram apreendidos semana passada vindo dos EUA, estavam identificados como “tecidos novos, panos, pedaços com defeito”. Mas a carga tinha lençóis, batas, luvas e agulhas sujas de sangue, urina e fezes. O Brasil não permite a importação de resíduos perigosos desde 1996, mas a fiscalização ainda é falha. Casos parecidos com este de Pernambuco aconteceram em São Paulo (2009) e em Santa Catarina (2010).
Dados da convenção da Basileia, que regula o comércio de resíduos, indicam que 80% do lixo não perigoso que circula pelo mundo são reutilizados. Mas o tráfico internacional de lixo é um negócio em expansão e está cada vez mais ativo e criativo. Produtos perigosos muitas vezes são misturados com itens que poderiam ser reaproveitados. O desafio é identificar e punir os criminosos e, ao mesmo tempo, incentivar uma atividade econômica e ambientalmente sustentável.
Disponível em: <http://aguaboanews.com.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=20347:brasil-importou-350-mil-toneladas-de-lixo-material-contaminado-fazia-parte-da-carga&catid=1:notas&Itemid=24>. Acesso em 1 de Nov. de 2011.
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