Por: Diogo Joaquim dos Santos
Há poucas imagens e alguns vídeos divulgados, sobre como as tropas patrulheiras operam nas missões de combate à pirataria na costa da Somália. Em algumas dessas evidências, vemos que o armamento pesado como canhões e máquinas de guerra são comumente utilizados. No entanto, as embarcações somalis são precárias quando comparadas ao desenvolvido instrumento bélico dos países desenvolvidos, a ponto de não representarem altos perigos para a força aérea ou marítima dos países desenvolvidos como um todo, a não ser para alguns de seus soldados enviados.
A FAP (Força Aérea Portuguesa) alegou ter vivido episódios de risco nas últimas operações, atentando para o fato de que o embate tem sido muito forte na região. Ocorre que as primeiras informações que recebemos partem sempre dos relatórios e ponto de vista dominantes nesses países, e tomamos essa idéia parcial do problema como total.
As forças aéreas dos países desenvolvidos passaram a atuar a partir de bases nos portos de Seychelles e às suas missões são atribuídas insígnias de sucesso. ‘Os objetivos foram alcançados’, ‘a ameaça está contida’, ‘novos piratas detidos’, todas essas cunhagens retratam o modo de lidar com o tema, tornando-o inquestionável em termos de veracidade. Mas, o modo de ação dos governos não parece nada distante de um mundo de temor e eliminação.
Nesse embate, poucos conhecem o ponto de vista dos ‘piratas’ da Somália e da população. Porém, como é feito de modo recorrente com a imagem de diversas populações africanas, são associadas imagens manipuladas mundo afora a uma suposta perversidade, imoralidade ou barbárie do povo somali.
Contudo, a grande mídia é forte aliada de um pensamento distorcido e, não raro, racista: o de que o homem branco tem a missão civilizadora das populações não brancas, exprimindo o ideal e a mentalidade da dominação colonial e das diversas intervenções em países que se encontram em uma 'guerra civil'. Dentro disso, a grande mídia também age sob grande preconceito com os somalis na questão do Golfo de Áden, induzindo e trabalhando propositalmente para gerar medo, espanto e revolta nas populações dos países ocidentais, esperando receber seu apoio político.
Contudo, a grande mídia é forte aliada de um pensamento distorcido e, não raro, racista: o de que o homem branco tem a missão civilizadora das populações não brancas, exprimindo o ideal e a mentalidade da dominação colonial e das diversas intervenções em países que se encontram em uma 'guerra civil'. Dentro disso, a grande mídia também age sob grande preconceito com os somalis na questão do Golfo de Áden, induzindo e trabalhando propositalmente para gerar medo, espanto e revolta nas populações dos países ocidentais, esperando receber seu apoio político.
Referências
CASTRO, Orlando. Piratas na Somália serão heróis? Heróis ocidentais serão piratas? Disponível em: http://altohama.blogspot.com/2011/07/piratas-da-somalia-serao-herois-herois.html. Acesso em: 23 de Outubro de 2011
Documentário: A verdade sobre os "piratas" da Somália. Saiba quem realmente são os piratas. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=vtjm51I2NWQ. Acesso em 15 de Setembro de 2011.
ENGDAHL, F. William. A peek behind bush II´s war on tyranny. Disponível em: http://globalresearch.ca/articles/ENG502A.html. Acesso em 19 de Setembro de 2011.
FACINA, Adriana. De volta ao fardo do homem branco: o novo imperialismo e suas justificativas.
culturalistas. In: Anais do IV Colóquio Marx e Engels, Unicamp, 2005.
GUEDES, Renato. Entrevista com Mahad Omar: “Não lhes chamamos piratas. Chamamos-lhes guarda costeira da Somália”. Revista Rubra nº 6. Portugal. Disponível em: www.revistarubra.org. Acesso em 15 de Novembro de 2011.
ZAPATA, Fabio. Somalia: una catástrofe ocultada. Disponível em: http://www.kaosenlared.net/noticia/somalia-catastrofe-ocultada. Acesso em 11 de Setembro de 2011.
WALLERSTEIN, Immanuel. A Etiópia monta o Tigre. Disponível em: http://www2.binghamton.edu/fbc/archive/201pr.htm. Acesso em 17 de Setembro de 2011.
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